O vulcão vai entrar em erupção
Nos próximos dez anos o conceito de fazer negócio vai passar por uma profunda transformação, talvez a maior desde a revolução industrial. Serão transformações para melhor, evidentemente, mas exigirá novas posturas dos empreendedores. Caso não haja reconfigurações nos empreendimentos, muitas portas serão fechadas.
Inteligência Espiritual
A primeira grande transformação virá por causa da mudança de mentalidade que o homem vem passando. Há uma maior preocupação com o meio ambiente, com a saúde, com o futuro da humanidade e sobretudo com a solidariedade. Estamos na era que para estar bom para mim tem que estar bom para o outro também. As pessoas buscam um sentido maior, que as façam viver felizes e ter gosto pela vida. Um desejo por fazer um mundo melhor.
O empreendedor que não levar isso em consideração estará fadado a buscar outra coisa para fazer. Os próprios colaboradores já não se satisfazem trabalhando só por dinheiro, querem fazer a diferença no mundo por meio do seu trabalho. Os novos empreendimentos precisam oferecer sentido de vida aos seus parceiros, por meio de ações concretas que ajudem o planeta, por exemplo. Os clientes, por sua vez, também buscam essa nova postura das empresas.
Para responder a essa necessidade, fala-se agora em INTELIGÊNCIA ESPIRITUAL, uma dimensão da existência que o ser humano sempre teve, mas só agora dá-se a devida importância. A grande expoente dessa linha de pensar é a física quântica Danah Zohar. Por meio de suas pesquisas, ela encontrou no cérebro humano o “ponto de Deus”, responsável por uma comunhão tal com algo maior do que o homem, que o possibilita buscar um sentido para viver e o torna mais intuitivo e assertivo nas decisões. Ele se vê dentro de uma comunhão global com seus semelhantes e com o planeta.
Os avanços tecnológicos
A segunda grande mudança está vindo por meio da tecnologia, ou melhor, por meio do uso que as novas gerações estão fazendo dela. A forma de comprar e vender está mudando muito. Aplicativos e mais aplicativos estão surgindo para dinamizar essas relações. As industrias produzirão segundo o interesse do público e não necessariamente numa produção em série, fabricarão de acordo com a demanda e por meio de pagamento antecipado.
Para fazer mercado já não se precisa sair de casa, basta visitar os supermercados virtuais e esperar seu carrinho de compras em casa. Cresce a economia solidária, em viagens, hospedagens, produtos, roupas e muito mais.
O empreendedor precisa, desde agora, estar muito antenado e sintonizado com essas transformações. Pois elas estão acontecendo bem debaixo do nosso nariz. Quando falo em 10 anos é para dizer que as transformações irão explodir como um vulcão que sempre esteve em atividade, mas ninguém via, e de repente ele entra em erupção, aí ninguém segura. Assim será com as mudanças nos empreendimentos, pegará todo mundo de surpresa e quem não estiver preparado, será tragado.
Quem é empreendedor ou pretende sê-lo, está na hora de abrir os olhos, buscar conhecimento, reinventar-se, para sobreviver. A tecnologia ainda não revolucionou tanto o mundo como se diz, capaz de trazer gigantescas mudanças, como foi a revolução industrial, porém estamos prestes a viver essa revolução que se dará sobretudo nas relações e na maneira de viver. Em pouco tempo teremos a popularização do que se chama de ‘realidade aumentada” e muitas outras novidades que prometem. Não espere para ver, reinvente-se!
Frei Rogério Soares de Almeida Silveira Padre Católico, pertencente a Ordem de Nossa Senhora das Mercês, contador de profissão e empreendedor social por vocação.
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